Apresentação da Equipa

Encontro-->Todos os domingos ás 08h30 em frente da Câmara Municipal da Maia.

Somos um grupo de BTT amador que existe desde Outubro de 2007, constituída por um grupo de Amigos que valoriza a prática deste desporto e as voltas domingueiras no norte país. A equipa terá como objectivos para o ano de 2012/2013 adquirir novos elementos. Queremos fazer crescer ainda mais este grupo, se gostas de BTT e te identificas com o conceito saudável e de companheirismo com o qual nos identificamos aparece, serás bem recebido.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Especie de Manual BTTista - O Primeiro Tijolo














Fica a introdução como que o primeiro tijolo da construção deste manual.

“Introdução:

Caros BTTista Domingueiros, Amadores e Afins,
Este documento serve de resumo, como que de uma especie de manual, para quem quer levar a prática do BTT mais além.
Desengane-se quem pensa que basta por o rabiosque em cima do selim e começar a pedalar desenfreadamente. Existe uma quantidade (ou infinidade) de assuntos que deveremos dominar antes de se quer pensar em nos meter nos trilhos montanhosos.

Para começar é preciso ter bicicleta… ou melhor é preciso ter BIKE. A diferença é que uma é do supermercado e a outra é de loja especializada em desporto/Cicilismo. O material tem de ser resistente à dureza dos trilhos. Se não na primeira descida sai-te uma roda ou falham os travões. Estás a ver o resultado? Vais pelo monte abaixo. A diferença é ires de cabeça ou de rabo no chão.
Depois é preciso ter pernas. Apesar de muitas Bikes custarem mais que muitas motas, não trazem motor… infelizmente. Já existem umas eléctricas mas são de turismo e não de BTT.
Para teres pernas tens de comer bem… não em quantidade mas em qualidade. Para alem de Bike, pernas e alimentação tens de reaprender a andar de bicicleta. Sim. Parto do principio que sabes andar de bicicleta!! Ou seja, tens de ter técnica a andar de bike e saber ultrapassar os obstáculos tais como covas, troncos, pedras, pisos escorregadios, descidas loucas.. etc…

Okey.. tens isto tudo? Muito bem. Ora então tens de ter resistência para aguentar em cima dela 50km a pedalar e saltar, subidas, rectas, descidas em pisos bastante exigentes quer faça sol, chuva, vento, chovam pedras ou apareçam cães raivosos.

A esta hora deves estar a pensar que o pessoal é maluco ao ponto de se submeter a este sofrimento… Sim… as vezes apetece pegar na bike a atirá-la pelo monte abaixo. O prémio final é uma almoçarada e um sofá para descansar o resto do dia, se tua mulher não te obrigar a ir ao shopping ou a lavar a louça. Sim, porque para teres tempo para treinar tens de levantar cedinho ao fim-de-semana quando ela está a dormir.

Se até aqui nada te esmoreceu e achaste-te uma homem de barba rija ou mulher destemida (sim.. há mulheres que fazem isto… e fico furioso quando passam por mim a todo gás… suas malucas!!) então podes continuar a ler este manual de sobrevivência.

Feita a preparação psicológica ora aqui vai em jeito de resumo o que se pretende aqui. Vou começar por contar como aconteceu comigo para melhor se perceber a necessidade que tive em fazer este documento. Eu comecei precisamente por ignorar este paleio todo, enfiei-me em cima da bike, meti-me a caminho e seja o que deus quiser. Cometi alguns erros e fui aprendendo com eles. Sendo que ao fim de 3 anos ainda continuo a aprender e muito. Comecei por comprar uma bicicleta que apesar de resistente (era dura e pesada como caraças, parecida um tanque de guerra) me deixava todo partido ao fim de alguns km’s. Eram os pulsos dormentes, dor nas costas, nos músculos… chegava ao fim de 40km todo rotinho. Alem da falta de treino, comprei uma bike que não se adaptava bem a uma postura confortável para mim, e praticamente não amortecia as irregularidades do piso. Ou seja, o corpo é que pagava a factura. Passado um tempo comprei uma bike xpto toda artilhada, suspensão total, travões hidráulicos, só faltava o turbo… heheheh. Pensei eu. Isto agora é que vai ser uma limpeza. Até os como carago!
Fui logo experimentar num passeio organizado com os meus camaradas de corrida, ansioso por obter resultados. De facto a coisa resultou. Foi como passar de um Fiat 600 para um Mercedes com suspensão pneumática activa. Era tudo auto-estrada sempre a pedalar… maravilha. Cheguei ao fim do percurso sem dores nas costas nem pulsos dormentes. Impecável. Devo dizer que o passeio foi quase sempre em plano.
Depois ganhei força e avancei para o desafio. Venham os montes. Experimentei fazer maratonas mais a serio, com subidas de respeito, e comecei a ver que o conforto não era tudo. O raio da bike apesar de mais leve não subia sozinha. Tinha mesmo de pedalar. Tinha as mesmas dificuldades, a subir não há santo que ajude, seja com que bike for. Só mesmo de mota.
O meu problema era que só treinava aos domingos e se estivesse sol. Se não nem punha o pé fora de casa. Durante a semana na fazia puto. Uma boa preparação física exigia-se. “Bora” lá inscrever num ginásio naquelas aulas de rpm malucas para pôr a maquina a funcionar. Realmente deu resultado… ao fim de 2 meses!!! Isto não há receitas instantâneas. “no pain no game” já dizem os americanos.
Tudo parecia bem. Já subia com alguma facilidade e aguentava ritmos mais elevados. Ora até começar a faltar vitaminas… Nunca fui uma pessoa preocupada com alimentação. Comia o que me punham na mesa e mais nada. As vezes abusava na doçaria e “fast-food”. Ou comidas gordurosas e muito condimentadas. Dei o berro. Claro que tem de se juntar algum stress a mistura. Isto de deportista-trabalhador-pai-marido-de-famila não é fácil. Agenda apertada, stress e má alimentação deram cabo de mim.
Pois é… parei uns meses para repor as baterias. Com tamanha “caganeira” também não tinha forças para mais nada, quanto mais pôr-me em cima da bike.
Cometi o meu último erro. A alimentação. O que comemos deve não só ser saudável como também satisfazer as nossas necessidades diárias de energia. Se exigimos bastante do nosso corpo em maratonas de 50km duras como caraças temos de ter todas as vitaminas, proteínas e energia a altura.
Toca lá a voltar a escolinha e comprar livro sobre o tema para aprender a dar o combustível certo à máquina. Sem combustível o motor não anda. Já todos sabemos disso.
Aproveitei e comprei alguns livros de mecânica porque se no meio do monte sem ninguém para ajudar, furar um pneu, partir a corrente ou outra coisa do género, é bom que saibamos alguma coisa de mecânica de ciclo turista. E quanto mais sabermos melhor pois poupamos na mão-de-obra das revisões. Sim. As bikes vão às revisões mudar calços e óleo dos travões como os carros. Engraçado, não é? Vá lá a minha mulher perceber isto, vê-se grega para me aturar.
Foi aqui e agora, neste preciso momento que senti que me faltava tirar uma licenciatura/mestrado em BTTologia. Já tinha a prática e a experiencia dos erros. Falta-me a teoria. Não pensem que isto é só para os profissionais. Os amadores devem saber tanto ou mais que os atletas profissionais pois o nosso esforço é muito maior. Não temos a mesma preparação física nem todo o apoio técnico e logístico que eles têm. Por isso temos de saber tudo para alem do pedalar propriamente dito. Ou seja, mecânica, preparação física, nutrição desportiva, segurança, hidratação, etc…
Assim proponho-me ir completando este documento a medida que for avançando na minha licenciatura/mestrado em BTTologia e assim obter um resumo de tudo o que é necessário a prática deste desporto tão exigente assim como dicas e experiencias vividas.

Conto com a colaboração dos meus amigos domingueiros do Maia BTT Team para ir condimentando a acrescentando textos a este tema para que no final, tudo compilado se obtenha um excelente “Espécie de Manual BTTista”.

Capítulos Sugeridos:

- Começar: Bike e Restante Material
- Mecânica: Desenrascar-se no meio do monte sozinho. Ferramentas Essências.
- Segurança: Regras Básicas e Fundamentais
- Preparação Física: Ganhar e Manter a Forma.
- Nutrição Desportiva: O Que Comer e Quando.
- Coisas que não lembram o diabo: Tema livre sobre experiências estranhas e pouco regulares”

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