Um professor foi multado por andar de bicicleta num passeio do Porto. José Maria Sá está incrédulo. Diz que só tinha preocupações ambientais. Mas com isto desiste. Vai voltar a andar de carro e talvez comprar uma "Vespa".
O caso deu-se no passado dia 17 de Julho, pelas 18.20 horas, mas José Maria apenas recebeu a multa no passado dia 4. O professor de Geografia da Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, regressava a casa de um passeio de bicicleta. No Largo de Campo Lindo subiu ao passeio, para evitar circular em sentido contrário na Rua Costa e Almeida, a dois minutos da sua residência. Andou poucos segundos na bicicleta até ser confrontado por um agente, que saía de uma viatura, estacionada entre a Casa da Cultura da Junta de Freguesia de Paranhos e a Esquadra da PSP.
"Parei para o agente passar. Reconheço que devia ter ignorado o comentário dele de que o passeio era para os peões. Mas fiquei incrédulo e disse-lhe isso mesmo. Ele insistiu e disse que podia ser multado", relata, ao JN, garantindo: "Tenho sempre o máximo de cautela com os peões.
O professor argumentou que em vários países europeus fomenta-se o uso de bicicleta, por questões ambientais, e lamentou o facto de no Porto existirem poucas condições para o uso daquele veículo. "Problema seu", terá respondido o agente, acrescentando: "Isso é lá fora. Aqui é Portugal". José Maria acabou multado em 60 euros, segundo o nº 1 do artº 17º do Código da Estrada (ver caixa).
Foi em Novembro que o professor trocou o automóvel pela bicicleta, inspirado nas realidades que presenciou em vários países europeus e pelo filme de Al Gore "Uma Verdade Inconveniente". "Comprei uma bicicleta de passeio, holandesa, com todas as condições, porque tem custos zero para o ambiente", sublinha.
Mas agora está farto. São diários os casos de mau civismo. E já foi atropelado por um automóvel na Rua da Constituição. A multa foi a gota de água. "Estou cansado e a pensar desistir", diz. José Maria tenciona voltar a usar, assim, o automóvel e talvez comprar uma vespa. "Sei que também é poluente. Mas eu tentei", lamenta.
JN - por HERMANA CRUZ
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